terça-feira, 5 de julho de 2011

Terça- Feira

    'Anoitecer de terça e ela já se encontrava atrasada mais uma vez, haviam marcado de se encontrar abaixo de um velho jequitiba que ainda restará envolto a modernidade. Era um local discreto e familiar aos dois amantes, lá costumavam passar as tardes jogando conversa fora e trocando carinhos. Mas o jequitiba sabia que desta vez o contexto mudará.
    Os trajes dela não eram como os de costume, era um dia frio e calmo demais. Ele já estava a espera dela, quando enfim ela virou a esquina, em meio a palidez do ambiente Aline resplandecia, seus lábios rubros forçosamente lhes combinava as unhas de um tom quase ardente. Em si nada mais despertava valor, eram simples roupas sem cor, o que fazia ressaltar a vermelhidão triste que ela mesma lhe espalhara.
        Com o aproximar da bela em um só olhar desvendou-a, sabia que a angustia lhe tomava a mente e a amante já não lhe era a mesma. Tomado de suas artimanhas já sabia do seu objetivo, só faltava o motivo. Sem mais delongas a dama sentou-se a reclamar do dia, da vida, jamais o jequitiba ouvira tanta lamuria, ele logo quis enxugar as lágrimas que derramava cheia de amargura.
     Seus motivos reais vinham da noite passada, na qual seu pesadelo forá da última vez que estivera apaixonada. Era um antigo fantasma que vinha assombrar o romance dos dois. Pobre dele, de mãos atadas seguiu irracional, quando lhe escapou algumas palavras:
   
 "Tola és tu que não enxergas, inocente e burra, mal percebes que me fazes tão bem, és tão complicada, mas não há mistério no que sinto, jamais outro alguém arrancou de mim o que tu tiras com tal facilidade. Medo?! Quem divias ter sou eu, ao lidar com tamanha maluca, que não entende que lhe faço tudo, somente para retribuir a felicidade que trazes a mim. Megera, tola e estúpida até minhas lágrimas devorás?! Agora compreendes que a amo?"

     Espantada com a micelania de palavras rudez e mel, Aline nada mais fez do que jogar-se aos braços de seu amor abandonando fantasmas, medos e a palidez daquela terça-feira fria. '

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