sábado, 30 de julho de 2011

Calor, doce calor de Quarta-Feira

   Numa loucura inesperada, só para saciar a saudade que tive de ti, corri. Corri até tua casa depois do almoço. O caminho de ida mais me pareceu uma maratona, pois a ansiedade cobria meu peito e fazia o percurso aumentar. Mas tudo compensou ao te ver sair, simples, doce, com um sorriso meigo de menina, um vestido florido que me refrescou o olhar naquela tarde quente de quarta-feira.
   Um dia bom para passear, ir ao cinema ou ao clube, no entanto foi ali, na calçada da sua casa que tivemos o melhor do dia.
   Eu ria das tuas histórias loucas de menina-moça, as suas brisas, os teus beijos... Foram horas no calor, mas me pareceram mais minutos refrescantes junto a ti.
Teus chiliques, minhas manhas, teu lado criança e o meu deram as mãos e correram a brincar, fazendo de nós dois bobos apaixonados, feito crianças brincando de brigar. Logo em seguida rindo a toa de algo que o outro soltou quase que sem querer.
  Provas de resistência, teimosias que levam a apostas já ganhas, carinhos, abraços, briguinhas expressas só de faz de conta, um ciúme apimentado por uma história quase esquecida, tapas, tapas, tapas, beijos, beijos e agora sim a historinha foi esquecida, mas que história?! Pois é, já nem me lembro.
   Foram feitas disso nossa tarde, quanta saudade do teu olhar, mal dobrei a esquina da tua casa e já quero nos teus braços estar novamente. Que as horas corram, passem depressa, levem a quarta-feira embora, para que amanhã, quinta eu possa voltar, e depois na sexta, no sábado, no domingo, ai então é tua vez de vim cá me namorar.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Terça- Feira

    'Anoitecer de terça e ela já se encontrava atrasada mais uma vez, haviam marcado de se encontrar abaixo de um velho jequitiba que ainda restará envolto a modernidade. Era um local discreto e familiar aos dois amantes, lá costumavam passar as tardes jogando conversa fora e trocando carinhos. Mas o jequitiba sabia que desta vez o contexto mudará.
    Os trajes dela não eram como os de costume, era um dia frio e calmo demais. Ele já estava a espera dela, quando enfim ela virou a esquina, em meio a palidez do ambiente Aline resplandecia, seus lábios rubros forçosamente lhes combinava as unhas de um tom quase ardente. Em si nada mais despertava valor, eram simples roupas sem cor, o que fazia ressaltar a vermelhidão triste que ela mesma lhe espalhara.
        Com o aproximar da bela em um só olhar desvendou-a, sabia que a angustia lhe tomava a mente e a amante já não lhe era a mesma. Tomado de suas artimanhas já sabia do seu objetivo, só faltava o motivo. Sem mais delongas a dama sentou-se a reclamar do dia, da vida, jamais o jequitiba ouvira tanta lamuria, ele logo quis enxugar as lágrimas que derramava cheia de amargura.
     Seus motivos reais vinham da noite passada, na qual seu pesadelo forá da última vez que estivera apaixonada. Era um antigo fantasma que vinha assombrar o romance dos dois. Pobre dele, de mãos atadas seguiu irracional, quando lhe escapou algumas palavras:
   
 "Tola és tu que não enxergas, inocente e burra, mal percebes que me fazes tão bem, és tão complicada, mas não há mistério no que sinto, jamais outro alguém arrancou de mim o que tu tiras com tal facilidade. Medo?! Quem divias ter sou eu, ao lidar com tamanha maluca, que não entende que lhe faço tudo, somente para retribuir a felicidade que trazes a mim. Megera, tola e estúpida até minhas lágrimas devorás?! Agora compreendes que a amo?"

     Espantada com a micelania de palavras rudez e mel, Aline nada mais fez do que jogar-se aos braços de seu amor abandonando fantasmas, medos e a palidez daquela terça-feira fria. '

Já aprendeu a escalar?!

       'Esperimentar o perigo, sair do cômodo e arriscar! Subir ao topo, mas lutar para se manter equilibrado fazendo malabares arricados.
       Manter a mente aberta, solta  e livre como o vento, isso é necessario para continuar equilibrada neste galho de árvore.
      Correr a solta, brincar como criança, no entanto analizando minuciozamente os detalhes, tal qual uma especialista, uma doutora... sabe se lá do que.
      Ver os sinais da natureza, nada é por acaso, é alguém tentando ajudar a encontrar o seu melhor caminho, por que você pode ser o que quizer, chegar onde puder imaginar.
      Mas de nada adianta um bom faro, a percepição aguçada, se os olhos não querem ver a verdade. E quando o coração tapa os olhos a queda da árvore está iminente.'